quinta-feira, 28 de agosto de 2014

DILMA E MARINA – QUEM É DO POVO E QUEM NÃO É?



Dilma Rousseff, diz o Wikipédia, nasceu em Belo Horizonte, Minas, em família de classe média alta, filha do advogado e empreendedor búlgaro naturalizado brasileiro Pedro Rousseff e da dona-de-casa Dilma Jane Coimbra Silva. Já Marina Silva, como também diz o Wikipédia, nasceu pelas mãos de sua avó, que era parteira, na localidade de Breu Velho, em Rio Branco, capital do estado do Acre, filha do seringueiro cearense Pedro Augusto da Silva e da dona de casa Maria Augusta da Silva.
Conheço as duas cidades. Morei uns 4 meses em BH, na casa de minha tia, e morei dos 12 aos 17 no Acre, já que a família de minha mãe é de lá e também tem a ver com seringueiros nordestinos. Sempre foi motivo de admiração, entre quem é do Acre, um acreano (ou acriano) com destaque nacional. “Sabe o Armando Nogueira? É do Acre”, diziam, para ouvir em seguida: “O Jarbas Passarinho também”, ou J.G. de Araújo Jorge ou Enéas. O destaque maior passou para Chico Mendes e o nome da vez é Marina (teve também Galvez, o Imperador do Acre, mas acho que ele era espanhol...).
Pela lógica das origens, diríamos que Marina é a candidata dos mais pobres e Dilma a candidata da classe média alta. Ledo engano. As pesquisas não querem saber dessa lógica e a última pesquisa Ibope vira isso de cabeça pra baixo. Na simulação de segundo turno entre Dilma e Marina feita entre 23 e 25 de agosto pelo Ibope, temos resultados reveladores sobre o perfis predominantes do eleitores de Dilma e Marina. Na tabela anexa dá para ver claramente. Basta clicar na imagem.

Os índices de Dilma são maiores entre os eleitores de mais de 54 anos, de religião católica, que estudaram até a 4ª série do Ensino Fundamental, que têm cor preta/parda, com renda de até 1 salário mínimo. Os índices de Marina, ao contrário, crescem entre os eleitores de 25 a 34 anos, de religião evangélica, com curso Superior, de cor branca, e com renda de mais de 5 salários mínimos (conversando com Fábio Gomes, do Instituto Informa, ele diz que no estado do Rio de Janeiro, esse perfil se repete; não entrei em detalhes, mas acredito que no Rio esses perfis dos eleitores são ainda mais fortes). Que aconteceu, então – trocaram os bebês? É claro que as origens, as formações originais, são importantes, mas não dizem tudo. No final o que importa é saber com muita clareza a quem a candidatura realmente interessa – e por quê. Como diria Brizola, o que importa são os interésses que estão por trás. Vamos ver para que lado penderá o Brasil. Pessoalmente, acho que o que Lula plantou continuará dando frutos.