quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A campanha no Rio



Assisti à primeira parte do debate da Band entre os candidatos ao governo do Rio, Garotinho (PR), Crivella (PRB) Pezão (PMDB) e Tarcísio (PSOL). E ontem à noite vi o Horário Eleitoral. Minha grande surpresa foi o Tarcísio, um desconhecido que deu um show junto a nomes experientes da política local. Para mim, não deveria ser grande surpresa, porque já tinha feito uma reunião com ele, anos atrás, quando um grupo do SEPE (todas as tendências) foi à minha empresa para discutir uma campanha. (Também notei que ele costumava frequentar a Praça São Salvador). Tarcísio teve o mérito de colocar todos os quatro adversários contra a parede, principalmente Garotinho e Lindberg. A sorte dos outros é que ele não está no páreo.
Depois do Tarcísio, quem se saiu melhor foi Lindberg (apesar de ter ficado sem reação, quando Tarcísio declarou que não adiantava o PT acusar o PMDB do estado, sem romper o acordo com o PMDB municipal). Lindberg teve calma e soube marcar a diferença, colocou a questão do “estado partido” (ricos versus povo) e aproveitou o nome de Lula. Ele está melhor na TV do que no seu material impresso. Acho que alguém deve ter dito pra ele – com razão – que deveria deixar de ser o “Lindinho” para poder assumir o papel de homem sério. Resultado: fizeram uma foto em que ele está triste!
Pezão foi responsável pelo ponto alto do programa. Ele conseguiu atingir Garotinho na jugular, quando o tratou de “campeão dos processos”. Estava um pouco nervoso, balançando o corpo e de braços arriados desnecessariamente. Mas sua fala foi sempre muito consistente. Tem inúmeras realizações para apresentar.
Garotinho é quem tem mais a perder, e perdeu. Por outro lado, soube se colocar firmemente como o “candidato do povo”. Nisso ele é bom (aliás, o seu jingle é ótimo). O problema é que definitivamente não inspira mais confiança nem a alegria que transmitia anos atrás.
Crivella. Estranho o papel de Crivella. Parecia que ele estava mais preocupado em estabelecer uma dobradinha com Lindberg. Posso estar muito enganado, mas a sensação que me passou foi a de que já desistiu da batalha e está procurando se cacifar como apoio importante no segundo turno.
Fora o Tarcísio – que está se qualificando muito bem para as próximas eleições –, os outros quatro têm condições reais de ir para o segundo turno. Se Garotinho for para o segundo turno, acho difícil ele derrotar qualquer um dos outros.