domingo, 20 de julho de 2014

Repitam comigo: “Ôô, o candidato voltô, ôô...”


Em outubro de 2010, fiz uma postagem com esse título, “Ôô, o candidato voltô, ôô...” . Refere-se à minha indignação pelo fato da Campanha de Dilma ter praticamente eliminado Lula de sua campanha no 1º turno, o que, a meu ver, contribuiu muito para ter havido 2º turno. Alguém me disse (sinceramente, não lembro quem) que no domingo mesmo, 3 de outubro de 2010, Sérgio Cabral (naquele momento Governador reeleito do Rio) teria ligado para Lula querendo saber porque ele tinha saído da campanha da Dilma. Lula teria respondido que também não sabia. Dizia-se que era para mostrar que Dilma era independente, não seria tutelada por Lula. Sérgio Cabral teria ligado para o responsável pelo marketing, João Santana e teria dito mais ou menos o seguinte: “João, eu me candidatei pela reeleição para Governador do Rio. Sabe quantas vezes coloquei o Lula na minha campanha? Todos os dias!”
Pode ser que esses diálogos nunca tenham acontecido, mas fazem muito sentido. Pessoalmente, acho que aconteceram. E fazem mais sentido ainda agora, em 2014. Dilma, na minha opinião, fez ótimo governo, certamente em alguns aspectos superior ao de Lula. Mas na comunicação, onde se trava uma guerra sangrenta de percepção, ela saiu perdendo. Comunicação, definitivamente, não foi o seu forte. Por isso, fico feliz com a nota de hoje no Panorama Político do Globo: “O ex-presidente Lula vai ser o âncora do programa de TV da presidente Dilma. Caberá a ele apresentar as realizações do governo. A ideia é renovar a imagem de que Dilma é a herdeira de Lula. Ao contrário da reta final da campanha de 2010, quando a presença de Lula e o protagonismo de Dilma dividiram os marqueteiros petistas, agora estão todos convencidos que Lula é o ator principal”. Pena que levaram 4 anos para compreender isso.