segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cesar Maia e a doença de Lula

Cesar Maia fez o texto abaixo no seu Ex-Blog de hoje:

A ABSURDA DISCUSSÃO SOBRE OS EFEITOS POLÍTICOS DA DOENÇA DE LULA!
               
1. Os humanistas - que têm a pessoa humana como razão e centro dos objetivos políticos - devem se negar a participar de especulações sobre o futuro político em função da doença de Lula. O que cabe é a solidariedade pessoal, a energia de uns e a oração de outros, para que Lula se reestabeleça rápida e plenamente. E nada mais.
2. Até porque os efeitos sobre o imaginário popular - em curto e médio prazos - são imprevisíveis entre os latinos. Vide Argentina recentemente. Vide Brasil de Tancredo. Sendo assim, nem é cristã essa especulação, e ainda é inócua. As energias devem se voltar para a recuperação pronta de forma a que o debate político se dê em seu campo próprio com Lula na plenitude de suas forças. E aí sim as ideias devem ser confrontadas.
3. Mas a coincidência do mesmo mal em líderes em função de governo como Chávez, Lula, Lugo e Dilma, deveria levar a uma reflexão sobre a relação entre o estresse político e a alteração do equilíbrio celular. No caso de Kirchner isso ficou patente, embora não tenha falecido por ocorrência de tumor. Os líderes nos EUA e na Europa cuidam de suas jornadas de trabalho e dos períodos de férias e relaxamento. Aqui, os líderes se jactam por dar publicidade a serem workaholic - trabalhadores compulsivos.

sábado, 29 de outubro de 2011

Dos líderes latinos, Dilma tem a melhor avaliação


Apesar de ainda ser relativamente pouco conhecida, Dilma teve nota muito boa entre os líderes dos países latinoamericanos (mais EUA e Espanha), perdendo por muito pouco para o não-latino Barack Obama. Seu governo também está muito bem avaliado, atrás apenas do colombiano.
Essa é a conclusão da pesquisa realizada com 20,2 mil pessoas, entre 15 de julho e 16 de agosto, em 18 países latinos, e que foi divulgada na sexta-feira, dia 28, pela ONG Latinobarómetro, que ainda declara que Lula “es quizá el ejemplo más notable de esa nueva América Latina”.
(clique na imagem para ampliar)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Aula de jornalismo do Globo



Olhei a foto de Lula e Dilma usando cocar na primeira página do Globo de hoje e fiquei interessado em ter notícia sobre a ponte em Manaus que eles foram inaugurar. Mas notei que o título tratava de outro assunto, o escândalo na área de esportes. Meio incrédulo, procurei a notícia da ponte e descobri, na vigésima sétima linha: "Em Manaus, onde inaugurou ponte ao lado do ex-presidente Lula (...)". Apenas isso sobre a ponte. Achei que tinha desaprendido tudo sobre jornalismo. Mas logo lembrei da "aula" dada por meu amigo Edson Vidigal, ex-presidente do STJ e meu contemporâneo nos primórdios da Veja. Eu fiquei em São Paulo e ele foi para a sucursal de São Luís. Depois de um tempo, a revista, cortando gastos, cortou a função dele. Acontece que Vidigal também tinha um jornal local, o JB (Jornal de Bolso), e, provavlmente cheio de raiva - mas também cheio de bom humor -, resolveu dar o troco. No mesmo dia em que Victor Civita, proprietário da Editora Abril, visitou São Luís, foi preso um contrabandista da região. Vidigal aproveitou para fazer a primeira página do seu JB igual a essa do Globo. Uma foto grande do Civita com a manchete: "Preso o contrabandista da região" (ou algo parecido). Sobre a visita de Victor Civita, apenas a legenda da foto. Com a "aula" de jornalismo que está dando hoje, só queria saber de que o Globo está querendo se vingar...

domingo, 23 de outubro de 2011

Barbárie


Na quinta, estava dirigindo e – como faço sempre – ouvindo a CBN, quando me tornei testemunha de verdadeira barbárie relacionada à questão líbia. A âncora Lucia Hippolito chamou Sérgio Besserman e apresentou, como destaque do dia, a possível captura de Kadafi. Nada mais apropriado, já que era o que se discutia na mídia internacional. Infelizmente, o que se ouviu em seguida foi uma sucessão de barbaridades, despropósitos, mau gosto, algo difícil de acreditar que estivesse sendo perpetrado por duas figuras relevantes em nosso mundo informativo, político e cultural. Lucia Hippolito começou ridicularizando Kadafi por conta de suas roupas extravagantes (como se essa fosse a maior de suas extravagâncias!). Mas essa bobagem não foi nada, diante do que veio a seguir. Besserman mostrou-se indignado sabem com o quê? Não admitia que Kadafi (que, segundo ele, já deveria saber há meses que seria derrotado) não tivesse se entregado há mais tempo para evitar tantas mortes na Líbia!!! Dá pra acreditar? As cenas que correm o mundo revelando os detalhes da morte de Kadafi será que respondem a Besserman? Lucia Hippolito sugeriu que ele, Kadafi, deveria ter-se matado. Besserman concordou, lembrando o suicídio de Allende!!! Lucia Hippolito diz que Kadafi deveria ter-se queimado em praça pública, se lançado do alto de algum lugar – e isso tudo dito aos risos. Afinal de contas, segundo eles, Kadafi somente fez o mal...
Como pode a CBN permitir algo assim? Por mais que Kadafi tenha tido ações extremamente condenáveis (como ajudar os Estados Unidos na tortura de presos políticos), ele também teve papel positivo para seu povo. Evitou a sangria das riquezas do petróleo que, antes, jorravam para o exterior, combateu o analfabetismo, fortaleceu e projetou o seu país no continente e no mundo. Independente disso, não se combate a barbárie com mais barbárie. A dupla de jornalistas deveria mirar-se no exemplo de Dilma que, opondo-se ao oportunismo belicoso de Obama e outros dirigentes ocidentais, demonstrou serenidade e visão de estadista, ao afirmar que “não é possível comemorar a morte de qualquer líder” e concluir que “não se faz apedrejamento moral de ninguém”.
Acredito que Lucia Hippolito e Sérgio Besserman sejam bem intencionados, por isso sugiro lerem a coluna de hoje, no Globo e na Folha, de Elio Gaspari, que lembra cena semelhante ocorrida em 1961 com o líder congolês Patrice Lumumba "amarrado, apanhando antes de ser fuzilado por compatriotas rebelados”. Na verdade, mais uma barbárie patrocinada por “civilizados” ocidentais, orientados pelo onipresente CIA.

Abaixo, o trecho da coluna de Elio Gaspari e depois texto do jornal mexicano La Jornada do dia 21.
Muamar Al Clinton
O vídeo dos minutos finais de Muamar Kadafi, ensanguentado e cambaleante, ecoa o filme de 1961 que mostrou o primeiro- ministro congolês Patrice Lumumba amarrado, apanhando antes de ser fuzilado por compatriotas rebelados. Em 1975 uma comissão do Senado americano mostrou que a CIA trabalhava para matá-lo. Em 2002, o governo da Bélgica assumiu a “responsabilidade moral” pela sua participação no crime e pediu desculpas ao povo congolês. O comboio em que estava o Kadafi foi atacado por aviões americanos e franceses. Hillary Clinton disse, dias antes, que esperava a morte de Kadafi para “breve”. Os vídeos “Lumumba seized, returned to Leopoldville” e “L’assassinat de Patrice Lumumba” estão no YouTube.
Kadafi y la hipocresía de Occidente
El asesinato de Muammar Kadafi, perpetrado ayer en su natal Sirte, marca el triunfo definitivo de la revuelta que empezó en Libia hace ocho meses y que fue desvirtuada, poco después de su inicio, por una masiva intervención militar de las potencias occidentales en la nación norafricana. Lo que habría sido una insurrección popular democratizadora fue convertida en una incursión de saqueo neocolonial, alentada por la ambición de Estados Unidos y Europa ante los enormes recursos energéticos del territorio sirio, en un nuevo mercado de armamento y, presumiblemente, en una vasta oportunidad para los negocios de "reconstrucción", a la manera de los realizados tras la invasión y destrucción de Irak, cuyos contratos beneficiaron a las empresas y consultoras del entorno del ex presidente George W. Bush. Por otra parte, está por verse si el heterogéneo Consejo Nacional de Transición (CNT) es capaz de reconstruir Libia, de gobernar con moderación, legalidad y soberanía, así como de emprender cambios reales en el país. En otro sentido, la exhibición del cadáver del antiguo hombre fuerte de Libia en los medios occidentales, así como la omisión de que su muerte y la de muchos de sus hombres cercanos fueron homicidios injustificables, exhibe una vez más la doble moral de las democracias occidentales, las cuales siguen haciendo redituables negocios con sátrapas del mundo árabe no menos impresentables que Kadafi, como los monarcas de Marruecos, Arabia Saudita y los emiratos petroleros del Golfo Pérsico. Asimismo, al festejar el suceso, Estados Unidos y Europa omiten el hecho de que, hasta hace menos de un año, Kadafi era recibido con cordialidad extrema por Barack Obama, José Luis Rodríguez Zapatero, Nicolas Sarkozy y Silvio Berlusconi, y que hay señalamientos sobre el financiamiento de las campañas políticas de los dos últimos por parte del régimen depuesto. Con tales antecedentes, es claro que el fin de la era de Kadafi en la intervenida nación del Magreb no necesariamente representa un paso hacia la democracia, la paz y el desarrollo en Libia. Por lo pronto, el asesinato del gobernante es una expresión de barbarie y de hipocresía.

domingo, 9 de outubro de 2011

Bresser Pereira: o Novo Desenvolvimentismo é mais responsável do que a Ortodoxia Convencional

Bem interessante essa entrevista de Bresser Pereira (FGV) que a GloboNews transmitiu ontem. Ao contrário do que afirmam os ortodoxos convencionais, diz ele, defendendo a nova atuação do Banco Central, "o Brasil não precisa da poupança dos outros para crescer". Bresser Pereira também tem a regra funtamental para ser respeitado lá fora: "fazer aquilo que nós achamos que devemos fazer, e não fazer aquilo que eles dizem que é pra gente fazer".

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Brilhante


Homenagem de Jonathan Mak, estudante de 19 anos da Escola de Design da Universidade Politécnica de Hong Kong, a Steve Jobs. Leia mais.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pesquisa Mitofsky: o continente e seus dirigentes


Saiu mais uma avaliação dos presidentes dos países americanos feita por Consulta Mitofsky, instituto mexicano de pesquisas. A curiosidade maior está no último lugar ocupado por Piñera, do Chile, com 27%, bem distante dos 83% que Bachelet tinha quando deixou o governo. Certa surpresa na avaliação excelente de Rafael Caldera, do Equador, com 75%. A avaliação média de Dilma (49%), abaixo de Cristina Kirchner (50%), também surpreende e destoa da avaliação super positiva apresentada pela pesquisa CNI / Ibope da semana passada, com 71% de aprovação. Mas tem explicação: a pesquisa Mitofsky foi feita nos dias (agosto) dos escândalos de corrupção no Turismo – com a PF pondo algemas em altas personalidades do governo – e no dia da derrota do Brasil para a Alemanha. A avaliação baixa de Obama (42,7%) não surpreende.
Veja abaixo; clique na imagem para ampliar.


sábado, 1 de outubro de 2011

Pesquisa CNI/Ibope: Lula-Dilma, de Norte a Sul, de Leste a Oeste


Ou estou enganado ou os analistas de plantão estão se deixando enganar pela pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem. Embora discorram sobre o crescimento da aprovação de Dilma, dão muito destaque ao fato de sua aprovação ter crescido bem mais no Sul – até já ultrapassou – do que no Nordeste. Às vezes tratam disso quase como um confronto entre Lula (Nordeste) e Dilma (Sul). E esquecem o principal: o plano Lula-Dilma deu certo. A sucessão não poderia ser tentada por um “Lula 2”, um “alter ego” de Lula. Primeiro, porque não existia nenhum à disposição. Segundo, porque significaria radicalizar contra a classe média conservadora das regiões Sul e Sudeste. Isso tornaria a eleição mais arriscada e, no caso de vitória, dificultaria o governo. Foi preciso encontrar a figura complementar. Ou, mantendo o psicologismo, alguém que funcionasse junto ao eleitorado refratário a Lula como uma espécie de “superego” de Lula.

Dilma caiu como uma luva para o bom resultado eleitoral, e isso mostrou-se ainda mais eficiente no seu governo. Dilma inventou a faxina à la Jânio, demonstrou domínio nas questões econômicas e, de um modo geral, bateu pé na administração e na política, foi firme e independente em todos os pontos. Essa pesquisa é o melhor retrato: a aprovação de Dilma cresceu no Brasil inteiro, em praticamente em todas as regiões (apenas na região Norte / C. Oeste permaneceu inalterada), e trouxe o Sul e o Sudeste para os patamares do Nordeste. Lula e Dilma, juntos, conquistaram aprovação para seu projeto no país inteiro. Graças aos dois, o Brasil está mais harmônico. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, Lula e Dilma parecem dois bons cabra da peste... chê!