sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cesar Maia denuncia: venda de armas nos Estados Unidos para população civil deixou de ser uma questão local


O Ex-Blog de hoje reproduz texto de Andrés Oppenheimer, do La Nacion, sobre a nova jogada de marketing da indústria de armas americana. Como a vendas está caindo entre a população civil, os estrategistas da violência engatilharam novíssimos produtos, cada vez mais sofisticados. Armas semiautomáticas com cartuchos de cargas múltiplas, por exemplo, são atrações para que os civis militarizem-se cada vez mais. Os Estados Unidos inventam (e distribuem por toda parte) esses produtos, invadem e bombardeiam países, e ainda querem parecer defensores da paz. Veja o texto do Ex-Blog:
EUA: FABRICANTES DE ARMAS CRIAM QUASE-FUZIS PARA CIVIS!

(Andrés Oppenheimer-La Nacion, 28) 1. Um novo estudo revela uma tendência assustadora: os fabricantes de armas norte americanos, confrontados pela queda nas vendas, estão produzindo armas cada vez mais sofisticadas - tipo militar - para uso civil. O relatório do Centro de Políticas sobre Violência (CPV), intitulado "A militarização do mercado de armas de fogo para civis'', diz que o mercado de armas para uso civil vem caindo há várias décadas nos Estados Unidos, entre outros motivos devido à crescente popularidade dos jogos eletrônicos e ao fato de que os jovens americanos e os imigrantes tendem a comprar menos armas.
2. Enquanto a população dos EUA cresceu 24% nas duas décadas até 2000, a produção de armas pequenas caiu 33%, diz o relatório. Então, qual tem sido a resposta da indústria? Trata de vender armas maiores, mais letais, muitas das quais acabam sendo usadas em chacinas, ataques contra a polícia, ou são vendidas para os cartéis de drogas no México e América Central.
3. "O mercado de armas civis tornou-se uma tenda militar", diz o relatório. Por exemplo, diante de uma lei de 1986 que proíbe a venda de metralhadoras a civis, a indústria de armas tem promovido nos últimos anos a venda de rifles semiautomáticos que se parecem com os AK-47 e M-16 de uso militar. Ao contrário das metralhadoras, as armas semiautomáticas requerem que se aperte o gatilho cada vez que se atira uma bala. Mas os fabricantes de armas constantemente adicionam novos recursos a estas armas semiautomáticas - como cartuchos de munição contendo até 75 cargas - o que torna seus produtos formidáveis máquinas de matar, afirma o estudo.
4. "A diferença entre os rifles semiautomáticos e as metralhadoras é mínima - disse Tom Diaz, autor do estudo. Os rifles semiautomáticos são tão ou mais mortíferos: você pode mirar melhor, porque eles não se movem para cima como as metralhadoras".
5. Minha opinião: a venda de armas de estilo militar nos Estados Unidos já não é mais um problema interno. Com mais de 40.000 mortos na guerra contra o narcotráfico no México nos últimos cinco anos e cada vez mais assassinatos de policiais por criminosos armados nos EUA, essa venda se tornou um problema regional.