quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Provocação 2: tem gente querendo reanimar a Guerra da Coreia

Não dá para acreditar que a Coreia do Norte tenha pretendido uma “provocação” com esse bombardeio da ilha de Yeonpyeong na Coreia do Sul. Provocar para quê? Afirmar o quê? Não faz sentido esse tipo de ação menos de uma semana após a notícia “bombástica” de sua centrífuga nuclear. No mínimo, levaria ainda algumas semanas explorando a repercussão. Também não faz sentido a explicação dada por alguns “especialistas” ocidentais de que o bombardeio teve o propósito de fortalecer a autoridade do futuro líder Kim Jong-um (BBC, Financial Times, Telegraph, Council on Foreign Relations). Faz menos sentido ainda a proposta do CFR de desnuclearização da península coreana como uma das condições para pacificação da região. Prejudicar a produção de energia nas duas Coreias ajuda? Em quê? Se forem excluídas apenas as armas nucleares, ainda assim o poder de fogo nortecoreano é muito superior ao sulcoreano – ou seja, tudo continuaria no mesmo. O que desequilibra é a presença dos americanos na região, que parecem mais do que nunca interessados em re-iniciar a famosa “Guerra da Coreia” que vive compasso de espera desde 1953. Esse bombardeio pode ter sido um acidente causado por tensão ou incompetência. E se houve provocação mais provavelmente terá sido da parte da Coreia do Sul e/ou dos Estados Unidos, gerando reação nortecoreana. Seja como for, a história está mal contada.