segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Corvo versus Tucorvo: a disputa ensandecida pelo distante segundo lugar



Esse Blog há décadas fala que Marina e Serra trocam votos entre si, não com Dilma. Mas as campanhas oposicionistas, principalmente a de Serra, sonhavam com a possibilidade de Marina, por ser ex-petista, tirar votos de Dilma, e com isso levar a eleição para segundo turno. Marina também parecia (ou parece, ainda) pensar assim. Verde ilusão. O perfil eleitoral tanto de Marina quanto de Serra é principalmente de classe média conservadora do Sul e do Sudeste, enquanto o de Dilma é popular, povão, sintonizado escancaradamente com Lula. Foi por esse motivo que as denúncias de Serra tornaram-se vazias, elas não ecoavam junto ao eleitorado dilmista. Marina, espertamente, preferiu pegar carona nas denúncias tucanas com uma linguagem de “santa”, colocando-se acima do bem e do mal. Teve sucesso junto ao eleitor serrista menos truculento e junto aos indecisos/nulos/brancos. Resultado: Marina oscilou pra cima, Serra oscilou pra lá e pra cá, o não-voto caiu ligeiramente e Dilma queimou um pouco da gordura. A menos de uma semana da eleição, há pouco o que alterar nas táticas que possam determinar segundo turno. Marina deve manter o seu trololó, que pode – quem sabe – levá-la a ultrapassar José Serra. Dilma deve manter sua íntima relação com o Governo Lula e provavelmente deve aumentar o clima vitorioso. A Serra só resta o desespero.
Mesmo sem o segundo turno, conquistar o segundo lugar é muito importante, tanto para Marina quanto para Serra. Como segundo colocada, Marina poderá apresentar-se a partir de 2011 como alternativa a Aécio (centro-direita) no campo da oposição, ocupando um bom espaço centrista. Para Serra, o segundo lugar poderá significar o último colete salva-vidas de sua sobrevivência política. Para os próximos dias, espera-se um salve-se quem puder.