terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eleições 2010: começou a reta final


Tem gente que prefere dizer que a campanha está apenas começando. Não quero polêmica: está começando a última fase. Se o que aconteceu até agora, nos últimos 12 meses, não é campanha eleitoral, então é porque mudou de nome. Uma luta frenética com muitos avanços e recuos, alianças feitas, alianças rompidas, pesquisas, estudos minuciosos, passos dados com grande precisão, disfarces, sinais trocados, entrevistas, debates, discursos, sorrisos e caras fechadas – tudo que é possível fazer em uma disputa presidencial. Hoje começa o que é considerado a fase final, o período em que os candidatos, durante 45 dias, ocupam os principais horários das redes de rádio e televisão para, livremente, terem um contato mais direto com o eleitorado, mostrando com mais detalhes o que são, o que pretendem, o que representam, quem são seus aliados – sempre procurando ocupar (ou reforçar) uma posição única e positiva na mente do eleitor, aquela percepção capaz de garantir a sua vitória. Outras ações continuarão sendo realizadas, mas o Horário Eleitoral Gratuito tem peso muito grande.
Em uma campanha como essa, plebiscitária, em que temos, de um lado, uma candidata em ascensão permanente, representando a continuidade de um governo com 80% de aprovação e, de outro, um candidato em descensão permanente, representando um passado desaprovado, o Horário Eleitoral Gratuito assume o caráter de arma decisiva.
Dilma deve utilizá-lo para conquistar o eleitor que se encontra, nas pesquisas, na faixa do não-voto (branco, não sabe, indeciso, nulo), basicamente aquele que ainda não sabe que ela é a candidata de Lula. Tentará conquistar também o eleitor mais ou menos de Serra, aquele que nem sabe que Lula está apoiando alguém. Obviamente, usará o programa também para evitar perder eleitor para Serra – o que não será muito difícil, basta fazer um programa vitorioso, com muitas realizações e a emoção de Lula.
A Serra interessa igualmente tirar eleitor da faixa do não-voto e tirar votos da Dilma. Para isso, deverá fazer um programa igual ao de Dilma – com a diferença de não contar com Lula... Espera empurrar a eleição para o segundo turno e criar com isso clima de vitória para tentar reverter a tendência. Tarefa inglória. Esse pódio deve se definir no primeiro turno.