quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Pesquisas Ibope e Mapear: Lavareda não pode mais dizer que Dilma cresceu em cima de Ciro.


No mês passado, ao comentar a pesquisa CNT/Sensus, o estrategista tucano Antonio Lavareda procurou minimizar o crescimento de Dilma declarando que “o que houve, efetivamente, foi uma transferência de votos de Ciro Gomes pra Dilma Rousseff”. Procurava dizer que a soma dos votos dos dois, entre novembro e janeiro, não tinha alterado, porque, de fato, o eleitor apenas tinha percebido que Dilma era a candidata de Lula, não Ciro. Isso não estaria errado, se não houvesse a intenção de dar limite baixo à capacidade de transferência de votos de Lula.
Tomando como exemplo as pesquisas Ibope de setembro, novembro e janeiro, temos o seguinte quadro (clique para ampliar):


Prova que Dilma não se beneficia unicamente da queda de Ciro. Ela cresce significativamente com a queda do campo dos “indecisos”, dos “não-votos” (Brancos, Nulos, Não Sabe, Não Responde). O correto, portanto, é dizer simplesmente que Dilma cresce com o reconhecimento de que é a candidata de Lula. Isso lhe traz votos de Ciro e também dos “indecisos”. E certamente vai lhe trazer até mesmo votos que hoje estão com Serra e Marina.
Não dá para insinuar um limite de transferência usando como referência os limites de Ciro. Na pesquisa Mapear feita em parte da Região Metropolitana do Rio (Baixada), divulgada aqui na semana passada, temos isso bem claro. Dilma tem inicialmente 26,9%, contra 26,3% de Serra, 16,4% de Ciro e 8,1% de Marina. Quando é revelado que é a candidata de Lula, Dilma passa para 43,4% – um salto de 16,5 pontos percentuais! Ciro só perde 3,1. Por sua vez, Serra perde 5,4, enquanto Marina perde 0,9. A soma das perdas dos três é 9,4 pontos – pouco mais da metade do que Dilma cresce. O problema da Oposição chama-se Lula, que já tem mais de 80% de aprovação pessoal. Se a associação de Dilma com Lula funcionar, voto é que não vai faltar...