sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Eleições 2010: Lindberg dá com os burros n’água?

O Prefeito Lindberg Farias, de Nova Iguaçu (RJ), empolgou boa parte da militância petista do Rio de Janeiro com a proposta de candidatura própria para o Governo e repúdio total ao governo peemedebista de Sérgio Cabral. Com isso, contabilizou vitória certa no PED – Processo de eleições diretas do PT, mas o cálculo deu errado. Foi derrotado e teve que afastar completamente a bandeira da candidatura própria, porque os vitoriosos defendem aliança com o PMDB, dentro do objetivo estratégico de eleger Dilma em 2010. Lindberg, abatido pela derrota, afastou-se da mídia e a coluna de Jorge Bastos Moreno do dia 26 chegou a dizer que o “leão” tinha virado apenas o “gatinho” da Baixada. Considerei exagero do colunista. Imaginei que Lindberg estaria planejando o que fazer para dar a volta por cima, transformar sua derrota em grande avanço político. Mas o que poderia ser o seu pulo do gato mostrou-se pulo de gatinho: ele decidiu que agora ia bater o pé para ser candidato ao Senado. E ao invés de voltar-se para uma discussão dentro do seu partido, foi pedir apoio logo a quem – ao Governador Sérgio Cabral, que ele tanto repudiou, agrediu e usou como trampolim para apresentar-se como petista independente e rebelde!!! Declarou que fez um acordo com o governo peemedebista, desistindo de ser candidato a Governador, desde que fosse candidato ao Senado. Quando achou que estava tudo resolvido, veio o desmentido dos termos do “acordo”, feito por Cabral através do Vice Pezão, que ainda ensinou o beabá a Lindberg: “(...) não houve garantia de que ele seria o candidato do PT ao Senado. Isso ele vai disputar no PT, com a Benedita, internamente”. Ainda pior foi a reação dentro do PT, que se sentiu tratado com escárnio por Lindberg. Diz reportagem de hoje do Globo: “Irritado com a articulação de Lindberg, o presidente eleito do diretório do PT no Rio, Luiz Sérgio, critica o acordo com o PMDB e afirma que, até o momento, a direção do partido não foi informada de nada: — Se ele fez uma combinação, fez com a pessoa errada, porque primeiro devia ter discutido dentro do partido”. Talvez o pior de tudo ainda seja a reação entre aqueles que se iludiram com a proposta de independência e purismo petista usada como isca. Dependendo da intensidade dessa reação, nem leão, nem gato, nem gatinho – Lindberg corre sério de virar um peixe fora d’água.