quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Chile X Brasil, novos argumentos contra as semelhanças nas eleições


Ontem mostrei aqui no Blog que não havia motivo para a Oposição comemorar a derrota do canditato da Concertación de Bachelet. As eleições chilena e brasileira não têm semelhanças que permitam concluir que a candidata de Lula será igualmente derrotada em outubro. Hoje, a Folha publica três novos artigos que também descartam as semelhanças. No artigo “Piñera lá, Serra aqui”, Fernando de Barros e Silva atribui a vitória do direitista Piñera “à conquista de uma classe média recém-estabelecida, seduzida na campanha por um discurso que pregou a 'mudança' muito mais como sinônimo de 'novas oportunidades' e 'alternância de poder' do que de ruptura em relação à gestão Bachelet”.
Já Fernando Rodrigues, em “Nuances entre Chile e Brasil”, observa que “o aspecto mais relevante a ser considerado talvez seja outro: o estado da economia. (...) Sob Bachelet, o ritmo recuou a 2,7%. No ano passado, deve ter ocorrido queda de 1,6%. O desemprego em 2008 era de 7%. Agora está em 9%”.
E Janio de Freitas, em “Lá para cá diferenças há”, mais próximo do que postei, escreve que a primeira das diferenças, “é a atitude mantida por Michelle Bachelet, que cumpriu sem desvio algum o preceito de que aos presidentes cabe presidir as eleições. Permitiu-se no máximo, já no segundo turno, uma palavra de eleitora favorável a Eduardo Frei, de cuja escolha como candidato Bachelet nem participou. Em resumo, a máquina e o peso do governo não foram fatores eleitorais no Chile. No Brasil de Lula, são o principal fator”.
Trazer inspirações eleitorais do Chile para o Brasil é apenas mais um delírio dessa Oposição perdida no tempo e no espaço.