domingo, 7 de junho de 2009

68 se une a 92 em 2010 para tentar o poder em 2014

Vladimir Palmeira é mais uma vez o nó que o PT (do Rio e nacional) tem que desatar para avançar na sua aliança com o PMDB. Presidente da UME (União Metropolitana dos Estudantes) em 68 (Passeata dos 100 Mil), é ele quem traça a linha política do Presidente da UNE em 92 (Movimento Cara-Pintadas), Lindberg Farias, atual Prefeito de Nova Iguaçu. Nos últimos 15 anos, o petista Vladimir Palmeira, na maioria das vezes, remou contra a maré do PT no Rio. Em 94 tentou ser candidato a Governador, mas o PT preferiu Bittar. Em 98, tentou de novo, mas o PT nacional preferiu apoiar Garotinho. Em 2002, não adiantaria tentar, porque a opção natural era Benedita da Silva (que teve 22, 43% dos votos). Em 2006 finalmente teve a indicação para ser candidato a Governador, mas conseguiu apenas lançar o partido de volta ao limbo no estado, com 6,85% dos votos. Tentou ser candidato a Prefeito do Rio em 2008, mas o PT preferiu Molon (que teve 4,97% dos votos). Em 2009, dentro dos preparativos de 2010, ele volta a remar fortemente contra a maré do PT, que busca uma aliança estratégica com o PMDB para ampliar a sustentação à candidatura Dilma. Dentro dessa estratégia, a aliança com o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), é fundamental. Mas Vladimir não pensa assim. Ele está pensando além-Dilma, e vê no PMDB o grande adversário, principalmente no Rio de Janeiro. Acredita que a aliança proposta, de apoio a Sérgio Cabral, enfraquecerá o PT e insiste em formar um palanque dito de esquerda, que apoiaria Dilma, mas excluiria o PMDB. A diferença no Vladimir de agora é que ele resolveu sair do primeiro plano e colocar no lugar o seu herdeiro no movimento estudantil, Lindberg Farias, também do PT. Juntos, pretendem inflamar os partidos mais à esquerda, contra a linha que tem sido adotada pela direção partidária. Eles não acreditam em vitória em 2010, nem mesmo em passar perto. Mas querem cacifar-se para grandes conquistas a partir principalmente de 2014. Disso eles não arredam pé. Mesmo sabendo que uma provável intervenção do Planalto (como aconteceu em 98) pode melar esse sonho estudantil.