segunda-feira, 9 de março de 2009

A Operação Solta e Agarra precisa ter um fim

Essa reportagem da Veja sobre o que seria uma operação clandestina do Delegado Protógenes Queiroz ou é mentirosa (é o que me parece) ou é verdadeira. Em ambos os casos é perigosa, altamente preocupante. Se for verdadeira, mostra um mundo policial clandestino capaz de ter na palma da mão as principais lideranças do poder público e também do setor privado. Esses policiais teriam condições, por exemplo, de decidir os rumos das próximas eleições. Suponhamos que fosse verdadeira a história da gravação de relações amorosas de Dilma Roussef (ela garantiu que se trata de uma história impossível). Poderia ser um caso banal, mas, dependendo do seu uso, teria força suficiente para mudar o próximo resultado eleitoral. Esse poder paralelo seria capaz de destronar todos os poderes constitucionais. Sendo falsa a história (como parece ser), mostra o submundo golpista das relações entre políticos e a mídia, mostra como agem os grupos dispostos a tomar de assalto o poder central. Tudo alimentado pela cultura da corrupção. É necessária uma investigação rigorosa, independente, imparcial, capaz de recuperar a credibilidade nas instituições e trazer de volta segurança à população. Mas como conseguir isso? O Delegado Protógenes Queiroz, que chegou perto de transformar-se em ícone da decência, com razão ou sem razão foi sendo esvaziado, desacreditado, transformado em retrato de qualquer coisa. O país está paralisado, impotente, incapaz de dar uma resposta firme e definitiva a tudo isso. Não se ouve nenhuma voz de bom senso - nem mesmo em escuta clandestina...