sexta-feira, 6 de junho de 2008

Eleição no Rio de Janeiro: Picciani e Zaqueu farão o duelo do ano

No rompimento da aliança do PMDB com o PT pela candidatura a Prefeito do Rio anunciado ontem, pelo menos um efeito colateral parece ter sido mais forte do que o efeito principal. Tudo porque o poderoso dirigente peemedebista fluminense, Deputado Jorge Picciani, declarou que não aceitava o fato de Zaqueu Teixeira, do PT de Queimados, não desistir da candidatura contra o candidato peemedebista Max, seu pupilo. Queimados é uma cidade da Região Metropolitana fluminense, com 88 mil eleitores e PIB per capita de 6.840 reais (58º lugar, dos 92 municípios do estado, segundo o IBGE 2005). Pequena, portanto, mas com poder de fogo suficiente para destruir a aliança da Capital. Graças a isso, Zaqueu Teixeira voltou a ganhar as páginas dos jornais, com direito a foto na página 3 do Globo, lado a lado com o poderoso Picciani. Antes, Zaqueu ganhava destaque por seus feitos policiais como Chefe de Polícia nos 9 meses do Governo Benedita. Ele começou o mandato comprando briga com Garotinho, as denunciar erros nas estatísticas policiais do Governo Rosinha. Depois ganhou mais destaque ainda ao prender, sem precisar dar um único tiro, o traficante Elias Maluco que tinha torturado e matado o jornalista Tim Lopes. Zaqueu dizia então que a inteligência é mais forte do que a violência - e saiu com essa idéia na cabeça para se tornar político. Foi derrotado nas duas tentativas eleitorais, a primeira para Prefeito, em 2004, e a segunda em 2006, para Deputado Federal. Mas agora parece que se apresenta com mais consistência eleitoral - tanto que sua desistência virou questão de honra para Picciani. Zaqueu - que na semana passada saiu do Ministério da Justiça para se candidatar - me procurou hoje e declarou: "Quiseram me transformar em bode expiatório do imbroglio carioca, mas só conseguiram garantir a minha vitória em Queimados". Pareceu bem feliz e cheio de gás para a disputa.