segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Eleição americana: o superdelegado posto em questão

O sistema de prévias eleitorais americano está xeque, pelo menos entre os Democratas. Barack Obama, que vence Hillary Clinton no número de "delegados eleitos", questiona o papel dos "superdelegados". Obviamente Hillary Clinton, que precisa dos "superdelegados" para vencer no número total de delegados, defende a importância do seu papel atual. “Se Obama insistir em se posicionar contra o papel histórico dos "superdelegados", eu irei em busca do apoio do Senador Kennedy e do Senador Kerry”, ironizou a candidata (CNN Political Ticker). Acontece que os "superdelegados" são escolhidos entre os Democratas que são membros do Congresso, governadores, membros do comitê nacional do partido e grandes lideranças, como ex-presidentes e ex-vice presidentes. O Senador Ted Kennedy e o Senador John Kerry (aliados de peso de Barack Obama), é claro, são "superdelegados". No confuso sistema americano, o "superdelegado" não é obrigado a indicar a sua preferência por este ou aquele candidato. Da mesma forma, o "delegado eleito" (que, em pequena parte, é escolhido pela máquina partidária regional) não está atado ao compromisso de votar no candidato que obteve votos que o fizeram "delegado" (por causa disso, o candidato tem direito de checar a lista dos "delegados eleitos" e eliminar aqueles em que não confia). É difícil imaginar qualquer mudança no sistema. Ao colocar a questão em foco, o que Barack Obama pretende, acredito, é deixar os "superdelegados" em posição incômoda para o caso de pretenderem votar contra a vontade dos eleitores Democratas. É uma situação que só serviria para fortalecer o candidato Republicano, porque poderia frustrar o eleitorado Democrata. Nota: os Republicanos têm outra nomenclatura - são simplesmente os "delegados compromissados" (pledged) e os "não-compromissados" (unpledged), que podem ser eleitos e escolhidos. Entre os "unpledged", há uma minoria reservada para a alta hierarquia partidária, que forma o grupo conhecido por RNC (Comitê Nacional Republicano). Mais detalhes no site da CNN.