sábado, 8 de setembro de 2007

O Senador Bispo Crivella, entre a cruz e a caldeirinha da Classe Média

Jornal O Dia Na semana passada, o Senador Marcelo Crivella (PRB) me falou que chegaria cedo na "Vigília pela Paz", evento promovido ontem à noite pela Igreja Universal (da qual Crivella é bispo) em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Pensei: "Esse tem coragem". O evento sem dúvida foi um sucesso de público, com avaliações entre 350.000 (O Dia) e mais de 1.000.000 (Jornal da Globo). E é claro que o Bispo Crivella, também candidato a Prefeito do Rio, tinha que estar presente. Ali, com toda certeza, estava uma imensa fatia do seu eleitorado. Mais que isso: estava também a maior parte da sua militância. Por que pensei em "coragem", então? Porque o evento avançou pela Zona Sul carioca, terreno da Classe Média que representa a maior rejeição à Igreja Universal e, conseqüentemente, da candidatura Crivella. É o primeiro evento gigantesco na região feilo pela Universal, que vem avançando timidamente nessa direção. Os eventos dessa granditude limitavam-se a regiões mais populares, como Maracanã ou Glória (mais para o Centro do que para a Zona Sul). Claro que isso faz parte de uma re-orientação na imagem da Universal, que procura se livrar de certo estigma de "aproveitadora dos miseráveis". Está certíssima em buscar essa mudança. A pergunta que faço é se esses mega-eventos religiosos servem mais para atrair ou assustar a Classe Média. Eles talvez estejam fazendo pesquisas. Mas continuo achando que é muita coragem.