quinta-feira, 26 de julho de 2007

Jobim, defesa da imagem ou do país?

Na sua luta quase ensandecida contra Lula, o Prefeito César Maia, do Rio de Janeiro, escreve hoje no seu Ex-Blog que Nelson Jobim é o "ministro da defesa da imagem do governo". Trocadilho à parte, ele está certo. Em política, a guerra de percepções é travada incessantemente e nós todos somos testemunhas dos ataques violentos que são feitos para destruir a imagem de Lula. Isso acontecia mesmo antes de sua eleição, mas intensificou-se em 2005. Teve o mensalão, que não deu certo. Tivemos vários escândalos, fabricados ou não, que tentou-se atribuir a Lula, mas também não deu certo. Teve a queda do avião da Gol e a crise dos controladores que já estavam quase sendo abandonadas como arma política, trocadas pelo caso Renan. Com o recesso, Renan ganhou sobrevida. Tentou-se a vaia do PAN, logo desmascarada. Mas para a felicidade geral da não-Nação, veio a tragédia da TAM. O primeiro movimento dos abutres de ocasião foi no sentido de culpar a pista do Aeroporto de Congonhas e, por tabela, a Infraero e, por tabela, Lula. Viu-se logo que não era bem assim, mas não importava. O sofrimento das 200 famílias passou a ganhar corpo como culpa de Lula. E o país passou a viver os efeitos dessa batalha. Como qualquer batalha real, digo, dessas que são vistas no Iraque, na Palestina ou no Complexo do Alemão, a batalha das percepções pode ser algo cruel, de baixarias, insensível, completamente desprovida de bom senso. É uma batalha assim que estava (está) em marcha, com vantagem momentânea para os degradadores. Trata-se de uma situação que abala qualquer governo, mas abala principalmente o país. Ao mover as peças em defesa de sua imagem, o Governo Lula também procura defender o país. A retomada do clima de serenidade é fundamental para todos nós. Não queremos dizer que não deva haver o embate político, com batalhas de percepções renhidas. Mas não se pode ficar eternamente na "batalha pela batalha" ou no "quanto pior melhor". Pessoalmente, não tenho nada nem a favor nem contra Nelson Jobim. Apenas penso que ele foi a melhor escolha de Lula em defesa de sua imagem (nisso, César Maia concorda) e também em favor do país (isso os César Maia não querem aceitar).