quinta-feira, 19 de julho de 2007

Acidente da TAM: grooving or not grooving, uma falta questão

A primeira notícia que tive do acidente da TAM foi através da CBN, enquanto eu dirigia o carro. Um dos personagens centrais da reportagem era um Brigadeiro (ou ex-Brigadeiro, não lembro), autoridade no assunto, sem dúvida, que insistia em um ponto que depois viria a se transformar em personagem central de todas as reportagens: o grooving, as ranhuras que se aplicam nas pistas para favorecer a drenagem da água durante as chuvas. O Brigadeiro apresentava como um absurdo a pista do Congonhas ter sido liberada sem o grooving. As obras teriam sido concluídas dia 20 de junho, mas a implantação do grooving estaria programada para ter início dia 25 de julho. Absurdo, realmente, principalmente em um dia de chuva como aquele, o que certamente teria provocado a aquaplanagem do AirBus, sua derrapagem, sua tragédia. Daí em diante foi fácil encontrar na Infraero, no Governo Federal, no Ministério da Defesa, na Anac, na FAB e principalmente em Lula os responsáveis pelo acidente. Hoje descobrimos que o grooving talvez nem seja tão importante assim, já que alguns aeroportos não têm e outros até discutem a sua necessidade. Descobrimos também que a pista do Congonhas está bem mais segura e que momento antes do acidente não tinha água acumulada, fato que não possibilitaria aquaplanagens. Ou seja, todos os argumentos que colocaram no ar para criticar o Governo foram por água abaixo. O grooving transformou-se em falsa questão. O que fazer, então? Continuar atacando o Governo, claro, sem se saber a causa de nada.