segunda-feira, 7 de maio de 2007

Sérgio Cabral usa Pezão para dar pontapé inicial na disputa pela Prefeitura do Rio

JB A notícia da possível candidatura de Luiz Fernando de Souza Pezão (atual Vice-Governador do Rio de Janeiro) à Prefeitura do Rio, em 2008, pelo PMDB, já corria de boca em boca, de notinha em notinha. Hoje, o Jornal do Brasil resolveu fazer uma grande reportagem a respeito, dando a entender que já está tudo certo. Falei com o Pezão agora há pouco e ele me respondeu: "Se eu mudar o título pro Rio, a Biluca (Maria Lúcia, sua mulher) me mata. Hoje ela já acordou com a maior tromba por causa dessa reportagem". Ele já havia me falado do convite, mas falou também da dúvida que tinha. O fato é que há muitas incertezas no PMDB, pelas divisões internas e por falta de um nome com mais tradição de partido e de cidade. O nome de Pezão, sem dúvida, é a grande opção do Governador Sérgio Cabral, com dificuldades na disputa interna com Garotinho e tendo que apresentar um nome vencedor. A dificuldade estaria no fato de Pezão não ser da cidade. Há incertezas em todos os partidos. Vejamos:
PMDB - além de Pezão (o melhor nome do partido e com altas chances, sem dúvida), o partido também pensa no ex-Prefeito Luiz Paulo Conde (que provavelmente vai ficar feliz em garantir seu lugar em Furnas), Eduardo Paes (ex-Deputado Federal, atual Sec. de Esportes, que teria que sair do PSDB) e em Garotinho (com altíssima rejeição na Capital).
PT - o nome mais forte é o de Benedita da Silva, ex-Vereadora, ex-Deputada, ex-Senadora, ex-Vice-Governadora, ex-Governadora, ex-Ministra, atual Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo Sérgio Cabral e principal liderança popular do partido no Rio. Na disputa interna, o PT ainda conta com o nome do Deputado Federal (ex-Vereador) Edison Santos. Vladimir Palmeira aparentemente está descartado por causa de seu desempenho fraquíssimo na última eleição.
PFL (DEM) - qualquer candidato com o apoio do atual Prefeito Cesar Maia é claro que começaria muito bem. Mas faltam nomes expressivos para garantir o sucesso. Eider Dantas, Solange Amaral, Índio da Costa, Rosa Fernandes e Rubem Medina não são garantia. O problema é que o novo DEM precisa ter candidato para identificar o seu número.
PRB - O Bispo Marcello Crivella tem um monte de votos garantidos pela Igreja Universal. Mas também é garantido que ele não se elegeria.
PCdoB - Jandira é outro nome forte das esquerdas. Mas saiu prejudicada na última eleição (para o o Senado) por ter conquistado a ira da Igreja Católica.
PPS - Denise Frossard teve ótimo desempenho na última eleição para Governadora (foi derrotada por Sérgio Cabral no 2º turno), mas era a única representante do campo conservador. Hoje, Cesar Maia não estará inteiramente a seu lado.
PSOL - Chico Alencar é o nome. Já foi mais forte em outros tempos e hoje não tem tempo na TV.
PSDB - A Vereadora Andréia Gouvêa Vieira destaca-se. Não tem nada a perder e é um nome em ascensão. Outros, como Octavio Leite e Luiz Paulo Correia da Rocha, não têm cacife.
PV - Sirkys não arreda o pé de ser candidato. Aliado de Cesar Maia desde os tempos do PDT de Brizola, hoje andam estranhados - mas não inteiramente afastados. Há quem sonhe com Gabeira ou até mesmo Gilberto Gil - um nome que poderia ser forte.
PDT - Falou-se em lançar Miro Teixeira, um nome forte como parlamentar, mas que (como aconteceu com Bittar, do PT) não conseguiu sucesso nas tentativas de eleição majoritária. Brizola Neto poderia poderia ser um teste.
O pontapé inicial já foi dado, mas o jogo está longe de ser definido. No momento, os papéis principais estão sendo jogados pelo PMDB e pelo PT.