quarta-feira, 23 de maio de 2007

O fio da navalha

Não há mais o que refletir sobre a corrupção. É tempo de agir, buscar novos valores (com ou sem trocadilhos, tanto faz), pôr um fim a esse mal, caso contrário brevemente teremos corrompida a própria existência, a razão de ser humano. Essa corrupção que assola o mundo está colocando em cheque um dos pilares de nossa organização social, que é a democracia representativa. Afinal, que representantes são esses que lutamos tanto para eleger? Representam os diversos interesses da sociedade - procurando melhorá-la, solidificá-la, enriquecê-la - ou representam os seus próprios interesses financeiros e de meia dúzia de gautamas, blackwaters (Estado Unidos) e outras menos votadas? Vamos eleger pessoas para resolver os problemas de transporte ou que vão conduzir obras seguindo em direção aos interesses apenas das empreiteiras? Vamos eleger presidentes com política externa responsável, dedicados a defender nossas fronteiras e lutar pela harmonia internacional ou que prefiram terceirizar a política externa, lutando pelos interesses de indústrias armamentistas e pondo em risco a humanidade (como ocorre no Iraque, por exemplo)? Por tudo isso, precisamos de muito mais do que "operações navalha". Além de combater eficazmente (como parece que está sendo feito pela Polícia Federal) a corrupção, temos que desenvolver armas capazes de evitá-la. As reformas políticas são importantíssimas nesse sentido. Mas elas têm que ser pra valer, capazes de dar o rumo certo a nossos representantes, capazes de incluir mecanismos anti-corrupção. E nessa busca de novos valores anti-corrupção, temos que entender, acima de tudo, que a democracia está por um fio - e infelizmente ainda não foi inventado nada melhor para substituí-la.