domingo, 28 de janeiro de 2007

Eleição americana continua atrapalhando jornalistas brasileiros

Já vimos aqui neste Blog alguns atentados contra as informações sobre as eleições americanas. O JB entrou no jogo da Fox News e colocou o candidato Democrata Barack Obama como muçulmano, só porque, quando tinha 8 anos, ele estudou 2 anos em uma escola islâmica da Indonésia (onde morou), sem citar que ele também estudou 2 anos em escola católica (Obama, se não me engano, é evangélico). Ainda o JB, deu o resultado de uma pesquisa no estado de New Jersey como se fosse resultado nacional. Cesar Maia citou resultados superados de uma pesquisa como se fossem atuais. E até a excelente repórter Dorrit Harazim, em sua reportagem especial para o jornal O Globo de hoje, tropeça nas informações. Ela cita uma pesquisa ABC News / Washington Post onde Hillary Clinton conta com 41% dos votos Democratas e, no mesmo parágrafo, diz que a Senadora é "a mulher mais odiada da América". Esqueceu de dizer que, na mesma pesquisa, Hillary Clinton tem a preferência de 59% das mulheres para ser a candidata Democrata. Mais adiante, a repórter diz que o pai do candidato Obama "retornou ao Quênia para reintegrar a elite na qual nasceu". Não sei de onde vem essa informação, porque, na biografia distribuída pelo próprio Obama, consta que "ele cresceu ajudando o pai (que era domestic servant to British) no pastoreio de cabras". Talvez esses atropelos sempre tenham existido, talvez em maior escala. Hoje, com a Internet presente em todos os quatros cantos do mundo, o cuidado do jornalista tem que ser maior. É verdade que não alcançaremos perfeição absoluta. Mas temos que demonstrar nossa disposição para apresentar as informações mais corretas possíveis.