domingo, 3 de dezembro de 2006

Mídia versus Mídia

As discussões sobre a mídia e entre as mídias não param. Giram em torno de 3 eixos: 1) ainda sobre o papel da grande mídia nas últimas eleições; 2) o impacto das novas tecnologias sobre a mídia tradicional; 3) as disputas entre grupos. Com relação ao primeiro ponto, já está bem estabelecido que a grande mídia – melhor dizendo, a quase totalidade das empresas de notícias na TV, Rádio e Jornal – tomaram posição grosseira e desleal a favor da candidatura tucana para a Presidência da República. A partir disso, há duas grandes conclusões: a) a mídia não tem a força que imaginava, já que não conseguiu eleger seu candidato (mesmo tendo conseguido levar a eleição para segundo turno); b) não é esse tipo de mídia que se quer para um país saudavelmente democrático. Vale a pena ler (e ver o vídeo) a palestra de Paulo Henrique Amorim ("A democratização da mídia vai se dar nas Casas Bahia") e Caio Túlio ("A mídia é a grande derrotada das eleições") na Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, sobre a democratização dos meios de comunicação. Com relação ao ponto 2, não há muito o que discutir, e sim o que constatar. As novas tecnologias – Internet à frente – estão desestruturando o formato atual das grandes mídias. E não se trata apenas da área de jornalismo ou produção de noticiário. Os primeiros alertas vieram com McLuhan, na década de 60. No início da década de 80, as primeiras experiência com a chamada “comunicação pela luz” (em duas cidades japonesas os domicílios e escritórios, tudo, foram inteiramente interligadas por fibras óticas) levaram a conclusões deslumbrantes sobre um admirável (e positivo) mundo novo. E agora, com a nova realidade da Internet, garantindo essa espécie de comunicação de massa personalizada, não há como impedir o avanço da democratização dos meios de comunicação. Aqui no Blog já apresentei várias discussões sobre o tema, com destaque para "Jornal tem futuro?". A recente entrevista de Lucas Mendes com Victos Navasky, no programa "Milênio" da Globonews também toca no assunto (assinantes da Globo.com podem ver na internet a partir de amanhã). Infelizmente, ainda convivemos – e esse é o ponto 3 – com essas disputas animalescas entre grupos. Notamos principalmente que os grandes grupos são capazes de tudo para não perder espaço. O que a Veja está fazendo contra a empresa da Band e do filho de Lula virou um arranca-rabo do cacete! É o caso de se ler as reportagens da Veja (para assinantes) e do Estadão e assistir as reportagens da Band.