quarta-feira, 22 de novembro de 2006

O PT que Garotinho não quis

Em 98, Garotinho foi eleito Governador do Rio de Janeiro com uma aliança partidária espetacular: PDT (o partido dele, na época, junto com Brizola), PSB (candidato a Senador - eleito - da coligação), PCdoB, PCB e PT (que indicou Benedita da Silva como Vice). Parecia o melhor dos mundos. Juntava-se o povão de Brizola e Benedita (depois inteiramente abocanhado por Garotinho) com a classe média de esquerda do Rio de Janeiro. Tudo bom demais para ser verdade. Desde cedo, Garotinho identificou no PT e em Brizola os seus principais adversários - tanto para a condução do Governo, como para as eleições municipais de 2000, como também em função de seu projeto de candidatar-se a Presidente da República. O rompimento foi inevitável e rápido. Em 2000, Garotinho ainda fez de conta que apoiava Benedita para Prefeita do Rio - mas seu candidato de fato era Luiz Paulo Conde, que tinha rompido com o "padrinho" Cesar Maia. A entrada de Garotinho no PMDB (antes passou traumaticamente pelo PSB) foi a saída para viabilizar tanto a administração do Estado como para a nova candidatura presidencial. Deu tudo errado. E quem pagou por isso foi, como sempre, a população. Sergio Cabral parece que está fazendo, com algum sucesso, o contrário do que fez Garotinho. Não se aliou nem ao PT nem às outras legendas de esquerda no 1º turno, mas trocou apoios no 2º turno e venceu consolidando, com Lula, a influência junto ao povão e conquistando parte da classe média que Garotinho tinha perdido. A formação de sua equipe mostra esse contorno. E tudo leva a crer que o Rio Poderá ganhar com isso.