quarta-feira, 11 de outubro de 2006

A candidatura Alckmin entrou pelo Nakano...

A militância tucana (existe?) estava tentando decolar embalada pelo desempenho considerado surpreendente durante o debate da Band. Mas os últimos acontecimentos estão forçando os tucanos a alterar os planos de vôo. Primeiro, foi a aliança aloprada com Garotinho. Serviu para detonar de vez a candidatura aliada do Rio de Janeiro, irritar o cacique pefelista Cesar Maia e deixar atônitos milhões de eleitores ditos "éticos". Depois foi a história das privatizações da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Por mais que a tropa de choque tucana tente dizer que é tudo boato espalhado pelo PT, não consegue provar que não sonha com as privatizações. Ontem mesmo, no plenário da Câmara, o deputado oposicionista Albert Goldman, ao mesmo tempo em que dizia que era tudo mentira do PT, enaltecia as privatizações: "A Petrobras lucraria muito mais se fosse empresa privada", disse ele. No Senado, o Artur Virgílio tentava provar que um possível governo tucano não acabaria com a Zona Franca de Manaus. Não deve ter sido muito convincente durante as últimas eleições, porque foi escandalosamente derrotado nas suas pretensões de ser Governador. Teve também as declarações à Reuters de Yoshiaki Nakano (um dos principais assessores de Alckmin, economista da Fundação Getúlio Vargas cotado para uma vaga no ministério num eventual governo tucano), que defendeu maior intervenção do governo no câmbio e cortes de gastos. Seriam R$ 60 bilhões a menos nos gastos anuais do governo, o que levaria à redução nos investimentos sociais e à recessão. Alckmin desautorizou Nakano, mas a campanha já tinha entrado bem... O debate não rendeu os votos que Alckmin esperava - como comprova a última pesquisa Datafolha - e ele ainda ficou às voltas com a marca de mentiroso, por ter dito que vendeu os aviões do Governo do Estado de São Paulo, sem ter vendido. Temos também a informação (Blog do Dirceu) de que as contas de Alckmin não fecham (São Paulo está quebrado!) e seus gastos com viagens foram superiores aos do AeroLula. No Rio Grande do Sul, o vice da candidata tucana Yeda Crusius também se aloprou e declarou que o Banrisul era um cabide de empregos do peemedebista e ético Pedro Simon. Tudo isso, enfim, mostra que a campanha alckimistas encaminha-se para seguir definitivamente ladeira abaixo. Com todas essas trapalhadas e tiros no pé, sou capaz de jurar que os aloprados do PT passaram a trabalhar na campanha tucana...